Por Marcello Veríssimo
A “Casa Brasileira” é uma ode à cultura do nosso país. Prestes a completar dois anos de funcionamento em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, se firma como referência de centro de cultura, arte e gastronomia. Cada nova estreia traz alegria aos olhos e alma promovendo o acesso, a fruição e a educação pela arte aos mais diferentes públicos. “A missão da Casa Brasileira é aproximar o público do Instituto Mpumalanga – Cultura, Tecnologia e Meio Ambiente, a comunidade de São Sebastião e, preferencialmente, transformar esse espaço em um centro de cultura em um centro de construção do conhecimento”, diz Adriana Saldanha, diretora do Instituto Mpumalanga, gestora da Casa Brasileira e chef do Brasileira Gourmet. “O visitante vai encontrar muito da nossa identidade, da nossa cultura, o que se produz aqui e em todo o Brasil, além da cultura caiçara tão valorosa nessa região, tão rica e que também precisa de espaço”, ela completa.
A nova empreitada de sucesso da “Casa Brasileira” é a Vernissage conjunta “O Xamã devolve a Vida” e “Resistencia”, que reúne trabalhos artísticos dos indígenas Jaider Esbell e Arissana Pataxó. A proposta da exposição é que as pessoas possam conhecer um pouco da arte contemporânea produzida por artistas indígenas. A vernissage tem o apoio da Estação Casa Amarela, responsável pela circulação por toda região do Vale do Paraíba, Petropólis, no Rio de Janeiro, e agora no Litoral Norte.
Com a vernissage, o instituto Mpumalanga reforça o seu compromisso com a causa indígena, com o debate de respeito as tradições indígenas, aos povos da floresta, por meio da arte dos povos indígenas. A noite de abertura oficial, no dia 17 de abril, contou com a participação de indigenas convidados, integrantes do Povo Fulni-ô, do município de Águas Belas, em Pernambuco,
que participaram de uma espécie de 2a exposição, simultânea a vernissage. Os fulni-ô, também conhecidos por canijós e fornió, levaram a cultura do seu artesanato, dança, além de uma interação com a plateia para falarem de sua história. “Não tem como separar uma da outra”, disseram os fulni-ô. A visitação desta exposição é gratuita, de terça a domingo, das 15h às 21h, até o dia 2 de junho.
A Casa Brasileira – O projeto da “Casa Brasileira” mantém as características do imóvel histórico construído no final do século XVIII e preserva a arquitetura do Brasil colônia. “É uma satisfação, uma alegria, são vários sentimentos a cada dia. Quando a gente entra todos os dias nessa casa, que tem tanta ligação com a história de São Sebastião, que traz toda essa arquitetura do final do século XVIII, uma casa com tanta história aqui dentro e que, por si só, já é um cenário pronto, histórico, que traz muito do nosso processo como brasileiro. Ter acesso a essa casa e colocar arte e cultura é acrescentar ainda mais vida a este espaço”. “Hoje a Casa Brasileira, o Instituto Mpumalanga, com a sede em São Sebastião é um espaço de fomento, de disseminação, é acreditar que com arte e com cultura nós temos um país mais fortalecido, verdadeiro, um país onde estimulamos a formação de público, o senso crítico das pessoas, que é tão importante para nossa formação como cidadãos. Um espaço cultural como esse abre todas essas possibilidades. O sentimento é de compartilhar, dividir, de ter a possibilidade com todas as pessoas que entram aqui sejam elas artistas, visitantes, entender esses repertórios de vida e somar para o outro e obviamente para nós”, disse Adriana Saldanha.
Em cada canto, a Casa Brasileira remete a uma surpresa seja pela decoração ou por seu clima agradável. O projeto visa ainda criar oportunidades para que todos possam experimentar as linguagens artísticas por meio de uma rica agenda cultural com mostras temporais, debates, palestras, cursos, apresentações musicais, entre outras atividades. Desde sua abertura, a Casa Brasileira recebeu uma série de artistas importantes no país, como as
cantoras Marina De La Riva e Mariene de Castro, que cantou na festa de encerramento das Olímpiadas do Rio, em 2016. Na ocasião, ela se disse muito feliz por se apresentar no espaço. “A Casa Brasileira é um ponto de luz para a cidade onde tem cultura, tem história, que fala da ancestralidade, das nossas raízes. Em cada canto existe energia de bons pensamentos, de ideias”, disse Mariene.
O Instituto Mpumalanga informou que, com o projeto da Casa Brasileira, busca construir um espaço de transformação social em que todos possam participar da vida cultural da cidade e ser protagonistas de experiencias motivadoras. “Desenvolver formas democráticas e de participação na arte e cultura, territórios de encontro e diversidade, em que as pessoas sejam o centro e a razão de todas as ações da casa”.
A “Casa Brasileira” funciona na avenida Doutor Altino Arantes, no80, piso superior, centro de São Sebastião.